segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Análise do Discurso: contexto histórico

A AD de linha francesa surge com Michael Pêcheux, como uma teoria altusseriana da lggm.
Pêcheux queria construir teorias abrangentes das ideologias a partir do mirante lgg, como é possível entender a lg sob a luza da ideologia.
Não pensa-se a lg como objeto de estudo, mas apresenta-se um novo objeto analítico: o DISCURSO, que, inicialmente, foi direcionado à política.
Isso fez com que a AD ficasse estabelecida como uma teoria de leitura, o que permite pensar num projeto político científico que procurava mostrar as classes como estavam submissas, além de fazer avançar os estudos lggs.
A AD emerge com o embricamento de 3 regiões do conhecimento:
marxismo;
psicanálise;
estruturalismo lgg.
A AD faz que estas 3 áreas se relacionem, revelem e até corrijam suas fragilidades:
  • considerava que a lg era totalmente transparente e livre de mal entendidos (lggs) entre os sujeitos falantes;
  • o incosciente seria ahistórico, não sendo determinado pela ideologia;
  • considerava o que Saussure excluiu (explicado nos últimos posts).
Além de misturar esses três campos do conhecimento, a AD questiona usas fragilidades, demonstradas anteriormente.
As teorias da AD não procura saber quais ferramentas fazem dum texto ser um texto, mas procura evidenciar como a ideologia e a história estão marcadas dentro do texto.
Essas teorias partem da ideia de que existe uma relação entre vários discursos ou algo que FOI DITO (em algum lugar e num dado momento histórico) e o QUE É DITO, tornando-se indissociáveis.
A categoria analítica determinará o arcabouço teórico para determinar e esclarecer a análise; desta forma, não é uma teoria pronta e acabada em si mesma.
Quando Pêcheux propõe suas teorias ele demonstra um programa de estatística lgg, capaz de analizar os corpura (conjunto de textos) e identificar de forma automatizada os discursos e interpretá-los.
Segundo DENISE MALDIDIER, os trabalhos de Pêcheux dividem-se em 3 fases:
  • grandes contruções;
  • tateamentos;
  • desconstruções.

O discurso para Pêcheux determina-se em algumas FDs e em quais veículos circulam. Além disso, deve-se considerar, sobretudo, as CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO (CP) dos discursos. Se mudarmos as condições de produção mudan-se os EFEITOS DE SENTIDO.
As CPs estão intrissicamente ligadas ao que Pêcheux formula como FORMAÇÕES IMAGINÁRIAS: quando um interlocutor assume a posição de um interlocutor "A" faz uma imagem de si mesmo e dos referentes (do que está falando), para se referir ao interlocutor que assume a posição de "B".
Ambos constroem imagnes uns dos outors, fazendo com que dê espaço ao que PODE ser dito e o que DEVE ser dito.
Essas Formações Imaginárias constroem relações sociais de poder, considerando o lugar social em que os sujeitos estão inscritos. Para identificar tais formações é possível analisar os discursos entre interlocutores.
Assim, toda reflexão desebocará na HETEROGENEIDADE DISCURSIVA, que aponta, intimamente, para o conceito de interdiscurso (discutido anteriormente).


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